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Carga tributária afeta mercado pet

Em 2016, o setor pet movimentou, de acordo com o Instituto Pet Brasil, cerca de R$ 23 bilhões considerando produtos (veterinários, alimentação e acessórios), serviços e comércio de animais. Enquanto os produtos responderam por R$ 18,9 bilhões, a v

Em 2016, o setor pet movimentou, de acordo com o Instituto Pet Brasil, cerca de R$ 23 bilhões considerando produtos (veterinários, alimentação e acessórios), serviços e comércio de animais. Enquanto os produtos responderam por R$ 18,9 bilhões, a venda de animais chegou a R$ 4,5 bilhões. A expectativa do instituto é que tenha havido um crescimento de 6 a 7% em 2017 e que, em 2018, o mercado pet tenha um aumento semelhante.

Para Nelo Marrancini, vice-presidente de comércio e serviços do Instituto Pet Brasil, apesar de o setor ter um bom desempenho econômico, mesmo em tempos de crise, o mercado ainda enfrenta, segundo ele, alguns entraves que impedem seu pleno desenvolvimento. “Não há políticas públicas adequadas para o setor, especialmente em relação à tributação e à falta de um marco regulatório para a criação e a comercialização de pets. Isso traria maior segurança jurídica para o incremento dos negócios.”

“Hoje, o setor pet é tributado em 51,2%, a maior carga tributária do mundo, já que em outros países esse número fica entre 7% e 20%”, diz Marrancini.

Ainda de acordo com o Instituto, existem no Brasil cerca de 30 mil lojas pet especializadas, sem considerar supermercados e mercadinhos. O varejo do setor gera por volta de 1,7 milhão de empregos diretos.

De acordo com a empresa de pesquisa de mercado, Euromonitor, o Brasil é o quarto maior país em população total de animais de estimação no mundo, o que abre inúmeras possibilidades de oferta de serviços.

“Os negócios que atendem esse mercado possuem dezenas de possibilidades de aumentar o faturamento, não sendo mais rentável viver apenas com o famoso banho, tosa e venda de ração. O empresário do segmento precisa abrir os olhos para alavancar as vendas, pois as perspectivas de crescimento são muito altas”, acredita Pedro Almeida, consultor de franquias e diretor da Franchise Solutions.

A hiper especialização dos serviços prestados aos animais parece ser a resposta do mercado para aumentar as vendas e lojas que oferecem serviços de acupuntura, administração de florais de Bach e farmácia de manipulação têm tido bons resultados.

A Fórmula Animal, que nasceu em Santa Catarina, em 2010, aposta no nicho da farmácia de manipulação veterinária para crescer. A conta é que os donos dos animais economizam até 30% dos valores dos remédios industrializados, pois os medicamentos manipulados são formulados na dose certa evitando desperdício.

O faturamento médio mensal está estimado em R$ 45 mil, com um prazo de 36 a 48 meses de retorno de investimento (de R$ 145 a R$ 240 mil dependendo do ponto). A Fórmula investe em biscoitos medicamentosos, emulsões, pastas orais, xaropes, géis transdérmicos e petiscos, além de florais. Todas as fórmulas são adaptadas e produzidas nos sabores preferidos de cães, gatos, cavalos e animais silvestres, como: bacon, carne, chocolate, morango e baunilha, entre outros.

“Até o fim deste ano, serão 32 unidades, entre contratadas e em funcionamento, em todas as regiões do país”, conta Marcelo Piazera, sócio-fundador da empresa, que prevê um faturamento de R$ 12 milhões em 2018. Análise de gestão e performance, treinamentos e atendimento para tirar dúvidas são algumas das formas de suporte ao franqueado.

A Petland, fundada em 1967, nos Estados Unidos, internacionalizou-se via franquias e hoje está presente em 19 países. No Brasil, a rede de petshops acaba de adquirir 12 unidades da 100% PET como parte de sua estratégia de ampliar operações nas cidades do interior do Brasil.

Até o final de 2018, a rede deve atingir 119 lojas, alcançando um faturamento de R$ 100 milhões, e tem planos de operar em seis países da América Latina. O investimento nas franquias é de R$ 335 mil a R$ 3 milhões e o faturamento previsto é de cerca de R$ 1.000 por metro quadrado a partir do segundo ano de operação da loja. “Acabamos de investir R$ 5 milhões em um novo centro de distribuição em São José do Rio Preto para melhorar o processo, os prazos e preços para os franqueados”, explica Rodrigo Albuquerque, sócio-diretor da Petland.

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