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Os grandes vilões que atrapalham o clima numa empresa
São muitos os vilões que atrapalham o clima dentro de uma empresa: fofocas, intrigas, assédios morais, falta de feedback, falta de recursos, injustiças, e por aí vai. Vou comentar sobre dois deles, em função de uma experiência bem recente.
São muitos os vilões que atrapalham o clima dentro de uma empresa: fofocas, intrigas, assédios morais, falta de feedback, falta de recursos, injustiças, e por aí vai. Vou comentar sobre dois deles, em função de uma experiência bem recente.
Um cliente meu, gerente jurídico de uma empresa, me procurou devido ao seguinte problema: ele havia assumido a gerência do departamento havia 60 dias. Tinha nove advogados sob seu comando e percebia que estava havendo muita resistência do grupo em seguir suas orientações.
Além disso, a atitude dos advogados era muito negativa ao fazer as defesas nos processos, ou seja, uma postura “perdedora”. Em resumo, o clima no departamento jurídico estava muito ruim. Ele não sabia mais o que fazer, pois já estava cansado de dar bronca, mas nada mudava. Conversando com ele, ficou claro que a estratégia adotada, de dar broncas, não fora nada eficaz. Era necessário mudar a estratégia.
Como ele estava completando 60 dias como gestor, pensamos na possibilidade de uma conversa em particular com cada advogado, para dar um feedback individual. A conversa seria estruturada assim:
1. Mencionar uma qualidade do advogado.
2. Mencionar o comportamento (apenas um) a ser melhorado.
3. Mencionar os ganhos que o advogado viria a ter com a mudança de comportamento.
A conversa seria encerrada solicitando que o advogado dissesse duas ou três ações que iria praticar e que ajudariam a conseguir a mudança desejada. No segundo encontro que tive com esse gerente, ele comentou que a realização do feedback fora muito eficaz. A conversa com os profissionais começou, em geral, com algo positivo, a favor do profissional, e isso facilitou muito o diálogo, pois, segundo ele, “quebrou resistências iniciais e abriu caminho para chegar ao comportamento a ser melhorado”.
Comentou também que, logo nos dias seguintes ao feedback, percebeu mudanças no comportamento do grupo e um clima mais leve. As pessoas estavam menos resistentes, à medida que buscavam atender ao que ficou combinado na reunião de feedback.
Essas conversas foram, na verdade, um “ajuste de expectativas”, e também fizeram com que meu cliente percebesse com mais clareza que havia uma queixa unânime: a falta de recursos para trabalhar, tais como: “insuficiência de impressoras” e “falta de senhas de acesso ao sistema”. Ele agiu prontamente para solucionar essas questões materiais e burocráticas.
Temos aqui um caso prático de circunstâncias negativas no trabalho: a falta de feedback e a falta de recursos necessários para realizar o trabalho. A falta de uma conversa franca, sobre o desempenho no ambiente de trabalho, acarreta um comportamento disfuncional, devido ao distanciamento e à omissão de expectativas entre o gestor e seus liderados. Já a falta de recursos ocasiona fadiga em toda a equipe. Ambos são vilões que contribuem para atrapalhar o clima na empresa.