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Empresário precisa aprender a gastar

Muitos negócios não dão certo por falta de experiência em gestão e de planejamento

O que podemos esperar de um país em que, de acordo com os dados da Receita Federal, 60% dos seis milhões de microempreendedores individuais estão inadimplentes? Esses dados refletem a gravíssima situação econômico-social pela qual o Brasil passa: são aproximadamente 3,6 milhões de MEIs que não conseguem pagar, no máximo, R$ 50 por mês em impostos e contribuições previdenciárias. Essa inadimplência tem duas origens: (1) recessão ou queda generalizada da atividade econômica, ou seja, a situação está muito difícil para quase todos os setores e portes de empresa, com a queda nas vendas inclusive de alimentos, um artigo de primeiríssima necessidade; e (2) despreparo para a vida de empreendedor, pois a maior parte dos MEIs entra na vida empresarial obrigado pelo desemprego e despreparado em todas as áreas, especificamente a financeira, sem capital de giro mínimo e sem reservas para emergências. A boa gestão financeira é importante em períodos de bonança, e fundamental em épocas de crise, para qualquer instituição, empresa e, principalmente, para os pequenos empreendedores. Isto quer dizer que é necessário fazer um bom planejamento financeiro, que inclui projeção dos fluxos de caixa, previsão das necessidades de capital de giro, estudo de fontes de financiamento e análise dos resultados mensais. Atualmente, é possível controlar adequadamente as finanças de qualquer empresa com um smartphone e aplicativos gratuitos, incluindo-se planilhas eletrônicas. Muitos MEIs deixam acumular uma série de impostos não pagos. A primeira consequência prejudicial pelo não recolhimento da guia do DAS-MEI é financeira: multa altíssima de até 20% sobre o valor devido e juro de mora diário. Entretanto, o pior prejuízo pelo inadimplemento tributário é seu descredenciamento como MEI, o qual o levará à ilegalidade e causará a perda dos seus benefícios.

Em suma, para iniciar um negócio é preciso saber quanto se ganha na venda de cada unidade de produto ou serviço. Depois é preciso projetar todos os fluxos de caixa, com receitas, impostos e gastos, a fim de prever se e quando faltará dinheiro para pagar as contas. E por último, mas não menos importante, deve-se seguir uma regra básica, mas não menos importante: gastar menos do que se ganha.

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