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Negócio próprio pode ser um campo minado
Não basta entender DO negócio, é preciso, mais que nunca, entender DE negócios.
Muitas pessoas ainda encerradas dentro de empresas, fazendo nem sempre aquilo que gostam e nem sempre ganhando o que queriam. Esta é a fórmula ideal para aquela vontade quase irresistível de empreender e ter um negócio seu, livrar-se do chefe, dos horários e das reuniões improdutivas e intermináveis.
O mesmo acontece dentro das universidades.
Afinal você entende muito de sua área, estudou para isso, preparou-se a vida toda, é um especialista e domina completamente seu campo de atuação. Conhece o mercado, os fornecedores, o perfil dos clientes. Será que isso é suficiente para iniciar um negócio sustentável que ofereça a liberdade e os ganhos desejados? Obviamente que não.
Você pode entender muito DO negócio, porém entender DE negócios é algo muito diferente.
Vamos a um exemplo prático: independente da atividade que desenvolva, digamos que você tenha uma grande habilidade manual e faça doces fantásticos. Mais de uma vez, em festas em casa e na casa de parentes e amigos, alguém sempre pergunta por que você não abre seu próprio negócio e afirma que venderia muito com o talento que você tem.
Aliás, você gosta tanto da atividade que nem se importa em começar depois de um dia inteiro de trabalho e ficar até de madrugada preparando dezenas, centenas de docinhos de várias formas e acabamentos para a festa do final de semana. E isso é ótimo!
Então você pega sua indenização, compra equipamentos e suprimentos, faz panfletos e cartões e sente aquele ar de liberdade, de ter controle de sua vida.
Mas...
O tempo passa e você consegue mais e mais pedidos, seu preço é ótimo. Sua capacidade de produção é de, digamos, 500 doces por dia.
Então começa a aumentar suas horas de trabalho para dar conta, aliás, começa até a recusar trabalhos por não ter capacidade produtiva. E nem tem ainda verba o bastante para mais equipamentos e pagar mão de obra.
O cansaço com o passar do tempo é inevitável. Você acorda de madrugada, compra mais suprimentos, produz o quanto pode, mas tem que parar para ir ao banco, atender telefone, fazer entregas, cada vez mais as atividades externas tomam mais e mais tempo e sua produção cai, obviamente.
Sua qualidade também cai, inevitavelmente, porque a pressa é inimiga da perfeição.
E em determinado ponto você se dá conta que virou escravo de si mesmo, trabalhando até a exaustão todos os dias da semana.
Não diga que sou pessimista, relatei o caso real de uma amiga.