Quarta alta seguida faz dólar renovar máxima desde 29 de março, fechando a R$ 1,650

 Com forte alta de 0,92%, o dólar comercial conheceu nesta segunda-feira (5) sua quarta alta consecutiva, fechando cotado na venda a R$ 1,650 na venda, maior patamar desde 29 de março deste ano, quando a moeda fechou a R$ 1,654. Já o dólar Ptax, que referencia os contratos futuros na BM&F Bovespa, fechou cotado a R$ 1,6522 na venda, alta de 1,10%.

O mercado refletiu temores acerca da situação da economia europeia, bem como a piora nas projeções para a economia brasileira, compiladas no relatório Focus  mostrando que os economistas consultados pelo Banco Central estimam uma maior Selic, menor crescimento econômico para 2011 e uma inflação ainda maior, mostrando uma deterioração do cenário econômico nacional.

A autoridade monetária também realizou um leilão de compra de dólares no mercado cambial à vista, com taxa de corte de R$ 1,6538, com começo às 12h07 (horário de Brasília) e término às 12h12.

Cenário internacional
O cenário internacional também mostrou piora, em dia marcado por feriado nos EUA, o que manteve os mercados locais fechados. O mercado esteve preocupado após o PMI (Purchasing Manager's Index) chinês mostrar queda para o patamar de 50,6 pontos em agosto - ante os 53,5 pontos aferidos em julho -, mostrando desaceleração na atividade manufatureira do país.

Além disso, o mercado também avaliou o discurso de Jean-Claude Trichet, presidente do BCE (Banco Central Europeu), o que serviu para aumentar as incertezas em relação a Grécia - que tem demorado para por em prática o seu plano de austeridade fiscal.

As referências negativas levaram os investimentos mais seguros, como o dólar, a avançarem, ao passo que investimentos tidos como de maior risco, como o acionário, apresentaram forte retração nessa segunda-feira. É o caso das bolsas europeias, que caíram mais de 2%, bem como o Ibovespa, que subiu 2,71%.

Dólar comercial e futuro
O dólar comercial fechou cotado a R$ 1,6490 na compra e R$ 1,6500 na venda, forte alta de 0,92% em relação ao fechamento anterior. Com esta alta, o dólar acumula valorização de 3,58% em setembro, frente à alta de 0,06% registrada no mês passado. No ano a desvalorização acumulada da moeda norte-americana já chega a 0,97%. 

Na BM&F, o contrato futuro com vencimento em outubro segue o dia cotado a R$ 1,661, alta de 0,64% em relação ao fechamento de R$ 1,650 da última sexta-feira. O contrato com vencimento em novembro, por sua vez, opera em alta de 0,66%, atingindo R$ 1,672 frente à R$ 1,661 do fechamento de sexta-feira. 

O dólar pronto, que é a referência para a moeda norte-americana na BM&F Bovespa, registrava R$ 1,6500000.

FRA de cupom cambial
Por fim, o FRA de cupom cambial, Forward Rate Agreement, referência para o juro em dólar no Brasil, fechou a 2,80 para novembro de 2011, 0,20 ponto percentual abaixo do que foi registrado na sessão anterior.