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Produtividade x Improdutividade (o “jeitinho brasileiro”)
A improdutividade está impregnada no âmago do indivíduo quando ele se acha mais esperto do que aqueles que trabalham ao seu lado.
Se há na empresa um departamento, uma equipe, ou mesmo um time que mesmo em meio à crise econômica generalizada, consegue sustentar todo um segmento, é claro que esta parte deve ser vista de outra forma e cuidada, zelada para que se fortaleça ainda mais.
Um dos pilares é fomentar a área em questão reforçando o time.
Sob o ponto de vista quantitativo. Mas nem sempre a qualidade acompanha este aumento.
Aumenta-se o custo, também, pois a questão passa a não ser somente demanda de trabalho gerado, mas qualidade de serviço oferecida.
E sobrecarregar os já integrantes deste time, também parece ser um indício antecipado de que a qualidade vai cair.
Só que há aí um ponto conflitante e que deve ser analisado a fundo, caso a caso, para que não se cometam excessos, nem injustiças.
Qual a produtividade real desta equipe? Será que estão tirando o máximo daqueles profissionais? Será que a improdutividade tem sua linha do gráfico nula, ou irrisória com relação ao tempo produtivo dos recursos daqueles times que devem sustentar por um período crítico toda uma estrutura que mergulhou na crise também?
Se colocar este quadro comparativo de Horas Produtivas e não Horas Apontadas, talvez a definição ou as ações passem a ser analisadas sob um outro ponto de vista. Não que isso impedirá a ação de acontecer, às vezes, é inevitável, mas ao menos não se perderá a chance de discutir sob outro prisma, e quem sabe se descobrirão pontos falhos nas avaliações dos recursos, talvez fique evidente a lacuna entre aquilo que se aponta em um sistema, para o tanto de suor que foi escorrido.
As Horas Ociosas apontadas como Horas Trabalhadas, ou as Horas Improdutivas colocadas à mostra como uma obra de arte, devem sempre ser questionadas, através de análises minuciosas e não superficiais, como se a confiança pessoal fosse determinante em um quadro mais global e geral. Relações interpessoais devem ser desprezadas em um cenário de crise e escolhas difíceis.
A confiança em um recurso, seja por amizade ou por um ou outro trabalho normal ocasional, não pode ser fator preponderante nas escolhas, nas ações, nas decisões difíceis e que repercutirão lá na frente, pois respingarão em todos os pontos da organização, de uma forma ou de outra.
Até o tempo que se despende para fazer estes estudos, planilhas, cálculos, terão sido inúteis e improdutivas se as escolhas se revelarem erradas lá na frente.
Não se pode perder a oportunidade do amplo debate, pois recursos úteis e produtivos ao máximo todo mundo quer, mas o limite tênue entre a recuperação de uma atividade para outra é que não pode ser desprezada, e nem simplesmente banalizada como ociosidade ou horas improdutivas.
A improdutividade está impregnada no âmago do indivíduo quando ele se acha mais esperto do que aqueles que trabalham ao seu lado. Quando, por deficiência de formação moral, ou por um ambiente permissivo e “não corretivo” (não confundir com “incorreto”), o indivíduo se acha no direito de burlar sistemas falhos, encontrar o “jeitinho brasileiro” e assim, passar e passear pela organização que o remunera para ser útil e produtivo dentro das horas que ele aponta, mas que não produz nada de útil para a empresa, para o país e muito menos para si próprio.
Johney Laudelino da Silva – Contador, MBA em Gerência Contábil pelo IBPEX e Especialista da Solução para Gestão Tributária GUEPARDO da empresa FH Consulting em Curitiba-Pr desde Julho 2013.